Se de fato vier a ser instalado o mineroduto, os estragos serão enormes, serão destruídas dezenas de casas, lavouras, benfeitorias, nascentes e todo o modo de vida da comunidade do Morro do Jacá e das demais que serão impactadas em todo o trajeto do empreendimento.
Confira abaixo como foi a visita da Caravana:
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“Se não houvesse a resistência do povo, a licença pro início das obras já teria sido concedida. Com o golpe e o país nas mãos de um Cunha, de um Bolsonaro que prega a economia desenvolvimentista e o lucro fácil, vai ser muito mais difícil pra gente barrar o mineroduto” - Rosilene Cassimiro, coordenadora da Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, em Paula Cândido.
Quando recebeu a visita dos representantes da empresa Ferrous para falar que um “cano de pvc” passaria pela sua propriedade para transportar o minério, dona Regina questionou se esse tal cano afetaria a cisterna que ela havia acabado de instalar na propriedade e se a sua famíia ficaria sem água. “Não se preocupa que qualquer coisa a gente manda um caminhão pipa pra vocês” – foi a resposta que recebeu!
“1\3 da pasta do minério, que passa pelo mineroduto, é água. Isso representa um gasto de aproximadamente 960 litros de água por segundo só pra transportar o minério! Essa água dava pra abastecer um milhão e meio de pessoas!” – Luiz Henrique Vieira, direção nacional da Associação dos Geógrafos Brasileiros.
“A gente fica impressionado com o abuso que eles (empresa Ferrous) tratam as pessoas. Uma senhora um dia chegou em casa e tinha uma placa do mineroduto na propriedade dela, sem ninguém ter avisado nada!” – denunciou Rosilene Cassimiro, coordenadora da Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, em Paula Cândido.
Confira os relatos dos moradores da comunidade Morro do Jacá:
- “Antes o sindicato achava que o mineroduto era maravilhoso porque a empresa dizia que era só um cano de pvc que ia passar na propriedade e que ia afetar no máximo a parede da sala, com uma rachadura. Agora a gente sabe os problemas que isso vai causar porque o mineroduto vai passar na área dos córregos e das plantações."
-“Eles (Ferrous) também tentaram tirar as famílias das propriedades, oferecendo dinheiro, e trouxeram muita discórdia e desunião oferecendo valores diferentes pras famílias. Teve uma família que eles ofereceram 40 mil, mas a família respondeu: ‘Pode me dar um milhão que eu não saio. Eu não quero e não vou sair!’ E aí eles disseram: ‘Vocês estão indo contra o desenvolvimento do estado!’”, relataram os moradores.
“A ‘Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous’ envolve dezenas de organizações e é a primeira campanha de resistência ao mineroduto no Brasil. É um desafio articular pessoas atingidas que estão a 400km de distância e ao mesmo tempo é uma grande conquista porque a campanha está se tornando visível nacionalmente, principalmente depois do rompimento da barragem e da consciência dos impactos da mineração” – Lucas Magno, professor do Instituto Federal de Muriaé.
"O que aconteceu em Bento Gonçalves (crime cometido pela Samarco/Vale) foi uma lama de injustiça que pode ameaçar a vida de quilombos como o nosso", Mestre Boi, do Quilombo Córrego do Meio.
No anúncio das conquistas da Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, em Paula Cândido, pode-se destacar: a desmistificação das mentiras que a empresa contava para a população, o consequente avanço da consciência do povo sobre os impactos negativos do mineroduto, e a moção de repúdio que o prefeito da cidade fez junto à Câmara dos Vereadores.
A Campanha segue firme até que todos os direitos das comunidades sejam plenamente garantidos, em especial o direito de dizer NÃO ao projeto da Ferrous.
Pelas Águas!
Fora Ferrous!
Contra o Saque dos nossos minérios!
Hasta la victoria companheirada!
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