![]() |
Assembleia encaminha construção de enfrentamentos às empresas |
Nesta sexta feira, 02, organizações sociais realizaram uma assembléia popular para debater os impactos da mineração de bauxita no entorno da Serra do Brigadeiro. A assembléia ocorreu na comunidade Ancorado, município de Rosário de Limeira, e contou com a participação de 80 pessoas.
A
região leste do entorno da Serra do Brigadeiro possui uma das maiores reservas
de bauxita do país e atualmente tem sofrido uma forte ofensiva por parte da
Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). A empresa, que pertence ao grupo
Votorantim, atua na região já há alguns anos, onde possui minas e uma usina de
britagem e lavagem do minério. O projeto da CBA prevê a abertura de novas minas
e a construção de um grande complexo de exploração de bauxita na região, pois
dele sairá o insumo para abastecer a principal usina de alumina da Votorantim,
situada na cidade de Alumínio, em São Paulo.
![]() |
mina de bauxita |
Durante
a assembléia os participantes puderam manifestar suas preocupações com a
chegada da empresa na região. Segundo o relato dos presentes a empresa tem
agido de má fé, enganando as famílias e aproveitando das demandas da comunidade
para persuadir os atingidos.
A
CBA contratou uma ONG, dita ambientalista, para realizar o Cadastro Ambiental
Rural (CAR) das famílias na região, mas em troca a empresa solicita que os
proprietários assinem um termo de consentimento para a exploração de bauxita em
suas terras.
Outra
estratégia da mineradora tem sido a capacitação de professores da rede pública.
A empresa oferece um curso de práticas agroecológicas aos professores e os
estimulam a divulgar as ações da CBA para os alunos. Esta conduta da mineradora
tem causado revolta às comunidades e organizações sociais. “A empresa vem
oferecer curso de prática agroecológica para depois destruir tudo com seus
projetos? Ela está é tentando ganhar a confiança das crianças e jovens da
região, mas dessa maneira é uma afronta, o que ela tem feito é pura enganação!”,
bradou José Maria, professor da rede pública.
Durante
a assembléia foram exibidos fotos e vídeos dos impactos da mineração de
bauxita, o que despertou muita indignação dos presentes. Segundo o vereador Adair
Mendes, a empresa tenta esconder os verdadeiros impactos para as comunidades.
“Eles tentam nos enganar, dizem que a exploração de bauxita não causa muitos impactos,
mas quando visitamos as regiões já exploradas percebemos que não é do jeito que
eles falam”.
![]() |
Onde a empresa passa, deixa rastros de destruição |
Outro ponto bastante discutido foi sobre a passagem do
mineroduto da Ferrous na região. Se não bastassem os impactos da mineração de bauxita, a
região de Ancorado também vai ser atingida pelo mineroduto, o que pode
acarretar em graves impactos ambientais e na vida da comunidade.
![]() |
Impactos de mineroduto também gera revolta |
Ao
final da assembléia, os presentes encaminharam de que vão se organizar e
impedir a implantação de ambos os projetos minerários na região. Uma das
orientações foi a de que o Sindicato de Trabalhadores Rurais (STR) vai realizar
o CAR e procurar regularizar as documentações das famílias com demandas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário