segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Viçosa (CMDRS) soma esforços contra passagem de mineroduto

                Em reunião ordinária na última segunda-feira (03), o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) debateu os impactos do mineroduto da Ferrous em Viçosa.

                A discussão foi inserida na pauta a partir da demanda da comunidade de Juquinha de Paula, que apresentou preocupações com a passagem do mineroduto na região. O empreendimento impactará várias propriedades na comunidade, atingindo casas, benfeitorias, plantações e ainda regiões de brejos e nascentes. O representante da comunidade no CMDRS, Sr. Cícero, alertou que os impactos do mineroduto irão prejudicar os terrenos produtivos e ainda prejudica o ponto de captação de água do SAAE para a ETA 3. “Sabemos que o SAAE possui planos para captar água do Rio Turvo Limpo, próximo à região de Maynart, mas o grande problema que estamos percebendo é que o mineroduto também atinge nascentes, brejos, córregos e até atravessa o rio. É um contrassenso! Já está faltando água, as nascentes estão secando e várias cisternas também estão ficando sem água, e ainda querem passar um mineroduto por aqui? Isso é loucura, é injustiça!” exclamou o conselheiro.

                A coordenação da Campanha Pelas Águas foi convidada a participar da reunião e contribuiu com as discussões do conselho. Para Juliana Stelzer, da coordenação da Campanha, a discussão foi muito rica e demonstra o amadurecimento político do CMDRS. “É extremamente importante a reivindicação da população neste processo. Infelizmente, o processo de licenciamento ambiental do mineroduto não permitiu a participação popular, muito menos a possibilidade de decisão sobre a viabilidade e vontade sobre o projeto, simplesmente ele está sendo enfiado “goela abaixo” em detrimento dos direitos das comunidades e colocando em risco a segurança hídrica da região. Agora, é fundamental somarmos esforços para que a prefeitura e UFV se comprometam com o povo viçosense e impeçam este mineroduto em Viçosa!” reforçou a coordenadora da Campanha.


                Após a discussão sobre os impactos do mineroduto, o CMDRS aprovou por unanimidade o posicionamento contrário à passagem do mineroduto em Viçosa. Ao final, foi encaminhado que um documento oficializando o posicionamento do Conselho será redigido e enviado às entidades que participam do CMDRS, à Prefeitura, à UFV e ao Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável. Um esforço salientado pelos conselheiros foi o de estimular que os conselhos municipais das cidades vizinhas também realizem esta discussão, visto que, o empreendimento representa um retrocesso àqueles que cultivam e vivem da terra.

Momento de votação sobre o posicionamento do conselho

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