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Campanha Pelas Águas cobra posicionamento da reitoria |
Membros da
Campanha Pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous e do Diretório Central
dos Estudantes (DCE) se reuniram nesta quinta feira (05/07) com a reitora da
UFV, professora Nilda de Fátima, a fim de cobrar um posicionamento da universidade
para garantir e resguardar a segurança hídrica do campus universitário e de
Viçosa em relação à passagem do mineroduto da Ferrous.
Luiz Paulo
Guimarães, estudante de biologia e coordenador da Campanha, iniciou a reunião
contextualizando as ações do movimento contra o mineroduto desde o seu
surgimento até os dias hoje, apresentou os avanços conquistados e os laudos técnicos elaborados por diversos órgãos.
“O Centro de
Apoio Técnico (CEAT) do Ministério Público Estadual encontrou inconsistências
no Estudo de Impacto Ambiental da Ferrous, por exemplo, o estudo afirmava que
Viçosa não fazia uso de água para consumo humano do São Bartolomeu. A
Associação de Geógrafos Brasileiros (AGB) encontrou subestimação de dados, a
Ferrous afirmara que iria impactar 6 nascentes na bacia do São Bartolomeu, a
AGB fez levantamento e encontrou que seriam 30 nascentes afetadas. O SAAE,
maior autoridade no que tange abastecimento de água em Viçosa, elaborou um
relatório técnico contextualizando a fragilidade do abastecimento da cidade e o
quão danoso seria implantar um mineroduto na região. A Câmara Municipal já
elaborou uma moção de repúdio à implantação do mineroduto e, recentemente, o
CODEMA também se manifestou com parecer técnico contrário a passagem do
empreendimento nas bacias que abastecem Viçosa. Ou seja, já temos subsídios
técnicos suficientes para entender que o mineroduto irá agravar severamente o
abastecimento de água. É papel nosso, enquanto universidade pública, zelar pela
sociedade brasileira, temos de tomar um posicionamento e evitar que a Ferrous
prejudique a segurança hídrica da UFV e da população viçosense” solicitou o
coordenador da Campanha.
Os membros da
Campanha também apresentaram notícias de jornais que relatam os baixos níveis
dos reservatórios de captação de água e a situação alarmante de falta de água
que a cidade vem enfrentando, o que pode afetar, inclusive, o andamento das
aulas na universidade.
Juliana
Stelzer, também membro da coordenação da Campanha, relembrou que em maio foi
realizado uma mesa-debate que reuniu mais de 500 pessoas da comunidade
universitária e contou com a participação do diretor presidente do SAAE, Sânzio
Borges e o Chefe da Divisão de Água Esgoto da UFV, Prof. Rafael Bastos. No
evento, os dois especialistas enfatizaram os sérios riscos ao abastecimento de
água caso o projeto seja implementado, pois impactará diretamente a bacia do
Ribeirão São Bartolomeu, principal fonte que abastece a cidade e a
universidade.
Durante a
reunião, a reitora afirmou estar preocupada com a situação e convicta sobre os
graves impactos que o mineroduto poderá provocar ao município de Viçosa e à UFV.
Ela garantiu ter conhecimento dos pareceres produzidos pela Divisão de Água
Esgoto da UFV, o qual expõe a fragilidade do abastecimento de água na
universidade e se posiciona contrário à passagem do mineroduto no município, e
do relatório elaborado pelo Departamento de Fitotecnia, contrário à passagem do
duto na estação experimental da UFV, na região de Quartéis, em Coimbra. “Estamos preocupados sim com
essa questão, estou ciente do problema, tanto é que coloquei para discussão na
pauta do Conselho Universitário (CONSU). Em reunião no dia 26 de junho foi
deliberada uma comissão especial que ficará responsável para elaboração de um
relatório e um seminário institucional para que o colegiado possa tomar uma
posição embasada” garantiu a reitora.
Apesar de considerar frágil
esta medida, os coordenadores da Campanha solicitaram empenho e protagonismo da
reitora nessa questão, a Profª Nilda respondeu que vai fazer o possível, mas
que deve respeitar a decisão do CONSU.
Após o
exposto, a Campanha reafirmou que continuará firme nesta luta, contribuindo
para que a universidade não desvie de sua função social e tome o melhor posicionamento
para a garantia do direito a água para população viçosense e para a própria
UFV.
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