segunda-feira, 27 de abril de 2015

Ato Popular em Defesa das Águas denuncia especulação imobiliária e mineroduto

Neste sábado, (25), cerca de 100 pessoas compareceram ao ato popular em defesa das águas, realizado pelos grupos de reflexão das Paróquias de Viçosa, Campanha Pelas Águas, NACAB, MAB e Levante Popular da Juventude. O ato popular faz parte da programação da Semana em Defesa das Águas e seria realizado no dia 21 de março, mas devido à chuva, o evento foi adiado para 25 de abril. Os organizadores só não esperavam é que chovesse também nesta data, mas não deu outra, a chuva caiu durante a passeata. Apesar da chuva, a convicção dos manifestantes fez com que seus ânimos não fossem abalados e o ato prosseguiu ovacionando a queda da água até a Praça Silviano Brandão.

Debaixo de chuva, os manifestantes lutavam contra os projetos de morte
Entusiasmo com a chegada da chuva
  O ato popular foi realizado pela manhã, partindo da feira de produtores com muita animação, cartazes, faixas e gritos de ordem. Durante a passeata os manifestantes distribuíram panfletos e dialogaram com a população alertando sobre os impactos no abastecimento público da especulação imobiliária e a instalação do mineroduto da Ferrous em  Viçosa. O ato contou com o apoio e agito do grupo de maracatu O Bloco e, também, com a apresentação do rapper MC Soldado cantando o “Rap Pelas Águas”.
MC Soldado mandando Rap Pelas Águas

O Bloco, sacudiu a avenida em defesa das águas com o maracatu
                Durante a manifestação algumas intervenções marcaram o tom do ato popular. Rosilene Pires, da coordenação da Campanha Pelas Águas ressaltou a insustentabilidade do modelo de mineração em Minas Gerais. “O Estado ainda insiste em um modelo de mineração que só beneficia as grandes mineradoras, nossos minérios são saqueados e nossas serras, águas e comunidades destruídos; com os minerodutos fica bem claro, nossos minérios vão das minas até os portos, tirando a água do povo mineiro para maximizar os lucros das empresas!”, Rosilene ainda lembrou que o código da mineração está em tramitação na Câmara Federal e que, se aprovado da forma como está, a permissividade às mineradoras será ainda maior.


                O mineroduto da Ferrous não foi o único tema de preocupação dos manifestantes, a irresponsabilidade das construtoras e imobiliárias em Viçosa alerta os especialistas. O Professor da UFV, Rafael Bastos, especialista em abastecimento público, chamou a atenção que esta discussão entre o conflito de construtoras e água é antiga na cidade. “Participando da manifestação de hoje me lembro do movimento SOS São Bartolomeu, construído na década de 90, e percebo que mesmo com todo o clamor da população, com a evidente falta de água, o setor imobiliário age a cada dia de forma mais irresponsável, e o poder público, infelizmente, quando não é condescendente com as construtoras, atua de maneira ainda insuficiente”, Rafael ainda reforçou a necessidade da adoção de medidas de conservação na bacia do São Bartolomeu para assegurar um abastecimento sadio e pleno à população viçosense.
Prof. Rafael Bastos chama a atenção da petulância e irresponsabilidade do setor imobiliário
                Ao passar em frente à Prefeitura, Frederico, liderança comunitária do Bairro Silvestre, reivindicou a efetivação do Monumento Natural da Cachoeira do Silvestre. “Criaram o Monumento, mas depois de criação nada mais se fez, hoje a cachoeira está largada e sendo utilizada para fins inapropriados, queremos que a Prefeitura efetive o parque da cachoeira, pois é um monumento natural e um potencial ponto de lazer da cidade”, reivindicou Frederico.

"Queremos nossa cachoeira funcionando plenamente""
                A reforma política também foi reivindicada pelos manifestantes. No momento em que a manifestação passou em frente à Câmara Municipal, Iara Cássia, do Coletivo de Mulheres e militante da Consulta Popular, denunciou como vereadores agem como servidores da especulação imobiliária. “Muitos projetos foram aprovados nessa casa legislativa para atender unicamente os interesses do setor imobiliário, podemos citar a urbanização do trecho que permitiu a construção do Eco Life no Acamari, a urbanização dos Cristais e a quase urbanização do Paraiso, todos estes projetos só servem às construtoras e vão trazer danos ao abastecimento de água”, Iara ainda denunciou que o financiamento de campanha eleitoral pelas empresas imobiliárias decide para quem vai servir os mandatos dos parlamentares, “o financiamento de campanha pelas empresas é o que incentiva a corrupção na política, ao invés de pensar leis para o povo, ficam fazendo leis para atender seus financiadores!” denuncia.
"Somente com uma Constituinte Exclusiva e Soberana conseguiremos mudar nosso sistema político"
                Outa intervenção que chamou a atenção foi quando a manifestação cruzou a esquina da Av. Marechal Castelo Branco. Os manifestantes envolveram a placa da avenida com um cartaz escrito “Av. Frei Tito” e denunciaram a nomeação de ruas por representantes do regime militar. O militante do Levante Popular da Juventude, Zeonyr Barbosa, incentivou a todos a descomemorar os 50 anos da empresa Rede Globo, celebrada no dia 26 de abril. “A família Marinho se enriqueceu extraordinariamente durante a ditadura financiada pelos Estados Unidos, a realidade é dura, a Globo apoiou a ditadura, e hoje serve como principal instrumento para alienar o povo trabalhador!”.
O povo não é bobo! Abaixo a Rede Globo!
Av. Marechal Castelo Branco, recebe sua nova nomeação
                O ato popular em defesa das águas foi encerrado na Praça Silviano Brandão com uma grande roda e o comprometimento de todos de que continuarão na luta para defender a vida contra os projetos de privatização da natureza e exploradores do povo brasileiro.  

"É preciso resistir e lutar a favor da vida!"



Ato Popular movimenta Calçadão
Equipe de Clowns agitou o Ato Popular

Nenhum comentário:

Postar um comentário