terça-feira, 28 de agosto de 2012

Movimentos fazem mobilização contra mineroduto da FERROUS

Manifestantes com faixas na feira de produtores
Na manhã do sábado 21 de Abril, diversos grupos organizados promoveram uma mobilização contra a passagem do mineroduto da FERROUS em Viçosa. Em participação massiva na feira os manifestantes conversaram com a população alertando sobre os impactos iminentes da instalação do mineroduto. A FERROUS, empresa multinacional, projeta a instalação de um mineroduto para exportar minério de ferro de Congonhas (MG) até um porto em Presidente Kennedy (ES). Ao todo serão tingidos 22 municípios, entre eles Viçosa.
Para Luiz Paulo, estudante de biologia na UFV, “a cidade tem de fazer uma escolha: abastecimento de água ou mineroduto? Não há como aceitar esse projeto, o mineroduto atravessa diversas vezes os córregos e destrói 31 nascentes do Ribeirão São Bartolomeu, diante da situação preocupante que estamos passando em relação à água, permitiremos um empreendimento que só visa atender os interesses privados destruir nossos mananciais?”, pergunta.
Para a Associação dos Moradores do Palmital, a maior preocupação são os danos sociais. Toda a dinâmica da região vai ser alterada pelo empreendimento, as estradas vão ser interrompidas, o fluxo de trabalhadores da empresa vai trazer sérios problemas como aumento de violência, uso de drogas e gravidez. Além disto, os moradores não querem o empreendimento em suas propriedades, não há informações certas sobre o mineroduto, falta isonomia na negociação e a empresa invade as propriedades sem permissão.
Manifestante alertando feirantes sobre os perigos do mineroduto na cidade
 Thiago Alves, membro da direção estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), afirma que além da denúncia e o debate sobre a violação dos direitos humanos e os diversos impactos ambientais, também precisamos questionar o atual modelo de desenvolvimento no qual este tipo de empreendimento é uma constante. “O mineroduto representa um projeto de desenvolvimento que privatiza e exporta nossos bens naturais, mantendo uma economia de relações coloniais, restando para o povo somente o rastro de destruição, marcado por sérios impactos ambientais e sociais. Portanto, um projeto de atraso e não de avanço. Precisamos construir juntos uma alternativa popular a este projeto onde os bens naturais sejam usados para benefício do povo e não de grande empresas", conclui.
 A mobilização também teve como objetivo a convocação para a Assembléia Popular “Águas de Viçosa e Mineroduto”, a ser realizada no dia 5 de maio, às 9h na Câmara Municipal. Repleta de cartazes, faixas e entrega de panfletos, teve boa aceitação da população, que pôde perceber os riscos potenciais para o abastecimento de água na cidade.
Organizaram e participaram da mobilização o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Projeto de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (PACAB), Associação dos Moradores do bairro Santa Clara, Associação dos Moradores do Palmital, Entidade Nacional de Estudantes de Biologia (ENEBIO), Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal (ABEEF), Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), Programa de Extensão Observatório dos Movimentos Sociais, Associação dos Geógrafos do Brasil (AGB), Articulação Nacional dos Estudantes de Ciências Sociais (ANECS).

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