segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Assembleia Popular debate impactos da mineração no entorno da Serra do Brigadeiro

Assembleia encaminha construção de enfrentamentos às empresas        
           

  Nesta sexta feira, 02, organizações sociais realizaram uma assembléia popular para debater os impactos da mineração de bauxita no entorno da Serra do Brigadeiro. A assembléia ocorreu na comunidade Ancorado, município de Rosário de Limeira, e contou com a participação de 80 pessoas. 

            A região leste do entorno da Serra do Brigadeiro possui uma das maiores reservas de bauxita do país e atualmente tem sofrido uma forte ofensiva por parte da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). A empresa, que pertence ao grupo Votorantim, atua na região já há alguns anos, onde possui minas e uma usina de britagem e lavagem do minério. O projeto da CBA prevê a abertura de novas minas e a construção de um grande complexo de exploração de bauxita na região, pois dele sairá o insumo para abastecer a principal usina de alumina da Votorantim, situada na cidade de Alumínio, em São Paulo.
mina de bauxita
            Durante a assembléia os participantes puderam manifestar suas preocupações com a chegada da empresa na região. Segundo o relato dos presentes a empresa tem agido de má fé, enganando as famílias e aproveitando das demandas da comunidade para persuadir os atingidos.

            A CBA contratou uma ONG, dita ambientalista, para realizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) das famílias na região, mas em troca a empresa solicita que os proprietários assinem um termo de consentimento para a exploração de bauxita em suas terras.

            Outra estratégia da mineradora tem sido a capacitação de professores da rede pública. A empresa oferece um curso de práticas agroecológicas aos professores e os estimulam a divulgar as ações da CBA para os alunos. Esta conduta da mineradora tem causado revolta às comunidades e organizações sociais. “A empresa vem oferecer curso de prática agroecológica para depois destruir tudo com seus projetos? Ela está é tentando ganhar a confiança das crianças e jovens da região, mas dessa maneira é uma afronta, o que ela tem feito é pura enganação!”, bradou José Maria, professor da rede pública.

            Durante a assembléia foram exibidos fotos e vídeos dos impactos da mineração de bauxita, o que despertou muita indignação dos presentes. Segundo o vereador Adair Mendes, a empresa tenta esconder os verdadeiros impactos para as comunidades. “Eles tentam nos enganar, dizem que a exploração de bauxita não causa muitos impactos, mas quando visitamos as regiões já exploradas percebemos que não é do jeito que eles falam”.
Onde a empresa passa, deixa rastros de destruição
                Outro ponto bastante discutido foi sobre a passagem do mineroduto da Ferrous na região. Se não bastassem os impactos da mineração de bauxita, a região de Ancorado também vai ser atingida pelo mineroduto, o que pode acarretar em graves impactos ambientais e na vida da comunidade.
Impactos de mineroduto também gera revolta
            Ao final da assembléia, os presentes encaminharam de que vão se organizar e impedir a implantação de ambos os projetos minerários na região. Uma das orientações foi a de que o Sindicato de Trabalhadores Rurais (STR) vai realizar o CAR e procurar regularizar as documentações das famílias com demandas.

            A assembléia foi fruto de uma construção conjunta de diversas organizações populares, tais como a CPT, Cáritas, MAM, Campanha Pelas Águas, Rede de Franciscanos, IF Sudeste MG - Campus Muriaé, PACAB, prefeituras, vereadores e sindicatos.

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